No começo da noite do dia 26 cerca de 100 pessoas foram ao debate “Arte e Vida Pública – 10 anos da lei de fomento ao teatro para a cidade de São Paulo”, organizado pelo movimento Levante Cultura. O evento marcou o lançamento do livro “Teatro e Vida Pública – O fomento e os coletivos teatrais de São Paulo” na cidade de Campinas.
Com mediação de Tiche Vianna, diretora do grupo campineiro Barracão Teatro, participaram do debate Luis Carlos Moreira, um dos redatores da lei, e os organizadores do livro Maysa Lepique e Flávio Desgranges. Estiveram presentes também o futuro secretário de cultura Ney Carrasco e vereadores da cidade.
Tiche Vianna acredita que a presença do futuro secretário marca uma mudança de postura da prefeitura de Campinas: “É a primeira vez em oito anos de briga que um secretário toma a iniciativa de participar de uma discussão. Então a gente espera – e a gente vai trabalhar para isso – que haja de fato um diálogo”, pontua.
Fundos para a Cultura
Segundo Tiche Vianna, Campinas dispõe anualmente cerca de R$ 1,6 milhão em fundos de investimento cultural, montante dividido entre todas as áreas. “Esse edital, na verdade, nasceu para abafar um grande movimento que estava fazendo barulho na cidade de uma maneira muito ampla, porque há alguns anos não estava acontecendo nada em termos de cultura”, comenta. Com isso, após a criação do edital, as companhias artísticas da cidade passaram a direcionar seus esforços na elaboração de projetos e a discussão sobre outras políticas públicas culturais acabou ficando em segundo plano.
O debate sobre a Lei de Fomento faz parte da retomada das discussões sobre a “conformação de um paradigma na construção de uma política pública cultural” na cidade. “Para a gente era interessante ter um pouco dessa história [da lei em São Paulo], para ver que a luta é permanente. Trazer para a gente conhecimento e ampliar um pouco o pensamento da galera daqui de Campinas”.
Os integrantes do movimento Levante Cultura, fundado em 2009, querem criar criar em Campinas uma lei que assegure investimento público em produções continuadas. Por isso, eles têm como modelo a Lei de Fomento ao Teatro da cidade de São Paulo. “Eu não sei se a gente consegue fazer exatamente uma lei de fomento, mas a Lei de Fomento é um ponto de reflexão e partida para que a gente faça a lei que é necessária para nós”, comenta Tiche Vianna. Entre as razões de sua descrença na elaboração de uma lei exatamente igual à de São Paulo está o corporativismo da política campineira.
No entanto, Tiche se mantém otimista em relação ao quadro político da cultura no estado. “Eu acho importante que os grupos no interior do estado de São Paulo estejam criando vários movimento que começam a se organizar, que têm se encontrado. Essa rede de mobilização atrás de uma política pública, de responsabilidade do Estado, tem se alastrado”, finaliza.
fonte: http://www.cooperativadeteatro.com.br/2010/?p=7856
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